Há 150 anos o papa Pio IX declarou São José como patrono universal da Igreja, agora, o Papa Francisco recorda todo o povo de Deus sobre a importância dessa figura, simples, humilde e silenciosa. Das pessoas próximas a Jesus, a vocação de Maria é sempre lembrada, mas, por outro lado, muitas vezes a vocação do pai adotivo de Jesus fica escondida. A proclamação do Ano de São José recorda que existe muito a aprender com o sim desse homem simples.
Sua vocação perpassa pela de inúmeros cristãos, pois a vocação mais essencial de São José é a de ser pai, guardião da família. Uma responsabilidade e vocação exercida por muitas pessoas e, em nosso atual contexto, não mais exclusiva apenas para homens, pois também mulheres assumiram para a si a missão de salvaguardar suas famílias. Sobre são José, o Papa Francisco afirmava recentemente[1]:
“Deus confia a José a missão de ser guardião de Maria e de Jesus. Num primeiro momento, diante da revelação do anjo, coloca-se de lado na história. Mas depois compreende o que lhe é dito e pedido. E, assim, José abraça a sua tarefa de pai e esposo. Cuidou com amor de Maria e se dedicou à educação de Jesus Cristo.”
Todo cristão é chamado também a se dedicar à educação das futuras gerações, uma tarefa difícil devido ao alto grau de desafios que se enfrentam na sociedade atual, mas que é realizada com alegria e fé por tantas pessoas. Que são José inspire essas pessoas a continuarem dizendo sim a esse chamado tão belo.
Outro aspecto importante da vocação de São José é sua dedicação ao trabalho. Ser trabalhador é ser um vocacionado, pois Deus chama homens e mulheres, da mesma forma como chamou a São José, para glorificá-lo e cooperar na construção do Reino por meio da labuta, do suor e do trabalho. José, um carpinteiro, alguém que trabalhava com as próprias mãos. Seu esforço garantiu a sobrevivência do filho de Deus e possibilitou que o plano de salvação se tornasse uma realidade. Sobre essa vocação o Papa escreveu:
“Jesus entra em nossa história, está entre nós, nascido de Maria pelo poder de Deus, mas com a presença de São José, o pai legal, de direito, que cuida d’Ele e também lhe ensina seu trabalho. Jesus nasce e vive em uma família - Sagrada Família, - aprendendo com São José o ofício de carpinteiro, na carpintaria em Nazaré, dividindo com ele seus compromissos, esforços, satisfação e as dificuldades do dia a dia.”
Que, a exemplo de São José, cada cristão compreenda seu ofício como um chamado de Deus e uma oportunidade de fazer Sua vontade por meio do trabalho. Que nenhum trabalho seja visto com fardo, mas como uma oportunidade de tornar a sociedade mais justa e fraterna.
O último aspecto, dentre muitos, da vocação de São José a ser considerado é um dos mais urgentes: o chamado à ternura e à bondade. Ser bom, ser terno, compadecer-se parece que caiu em desuso. Corações endurecidos estão demorando muito para sentirem a dor do outro. São José, em sua história, viveu o amor ao próximo muito antes desse ser o maior ensinamento de Jesus. A respeito disso, o Papa Francisco ensinou:
“Cuidar e guardar requer bondade, ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura. E essa não é uma virtude dos fracos. Pelo contrário, exprime ânimo forte e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura.”
Que cada um possa assumir a bondade como vocação e que a ternura se torne um traço marcante dos cristãos católicos, pois de pessoas indiferentes o mundo já está cheio demais. Viva o ano de São José e aprenda com ele como dizer sim à vontade de Deus!
[1] Acesso em 15/01/2021: www.a.12.com/redentoristas/vocacional/noticias/a-vocacao-de-sao-jose-segundo-o-papa-franscisco

