Todo chamado de Deus exige uma resposta em vista de uma missão. Essa missão não é um acréscimo ou extensão da vocação, mas um componente essencial para a mesma, quer seja ela leiga, religiosa ou sacerdotal. Toda vocação tem origem divina: Deus é quem escolhe, chama e envia. A missão tem como destinatário o outro, os pequenos e a construção do Reino de Deus.
A alegria de ser chamado a seguir o Cristo na Vida Religiosa e, consequentemente, o chamado a servi-Lo no campo missionário transparece em muitos e ricos testemunhos. Partilhando sobre suas experiências missionárias, Irmãs Alessandra Silva de Assis e Maria Eugenia Silva, Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, contam um pouco de sua história.
Ir. Alessandra é missionária na África e narra que antes mesmo de ouvir o chamado à Consagração Religiosa, sentia o apelo missionário: “A oportunidade de ser enviada para Moçambique foi um carinho de Deus em minha vida e história vocacional, pois antes mesmo de pensar em ser Irmã, sempre pensei nos mais necessitados, nos desprovidos de tudo. E quando via o clip da música “We are the world” da campanha contra a pobreza na África, mexia muito comigo.”
Ir. Maria Eugênia foi enviada em 2014 para o Haiti como missionária, sobre seu chamado ela relata: “Ainda jovem ouvi profundamente o chamado de Deus: “deixa a tua terra e vai...” (cf. Gn 12,1) e com a Graça Divina, dei o primeiro Sim, mas sempre nutrindo em meu coração o desejo firme e sincero de ser religiosa para dedicar-me totalmente ao serviço de Deus na pessoa dos irmãos.” Em seu trabalho missionário ela exerce a função de enfermeira, realizando “a missão de ser um raio de luz e presença do Bom Samaritano entre os irmãos que vivem num contexto geográfico onde os sinais de esperança parecem serem ofuscados pelo descaso com a ‘miséria quase incurável’ com a qual vivem.”
A missão nasce do amor gratuito que se dá sem esperar outra coisa senão o bem do outro. No entanto, quem dá, também recebe, cresce, amadurece, santifica-se: “Afirmo que estar e ser missionária no Haiti tem sido uma escola onde diariamente tenho aprendido a fazer mais com menos, a viver com o essencial confiando que Deus é Providência e Providente. As lições de vida aprendidas junto a este povo solidário e forte na fé ajudam-me a continuar acreditando que toda missão, quando vem de Deus, é possível” – afirma Ir. Maria Eugênia.
Ir. Alessandra, que se dedica à educação, expressa sua realização pessoal: “Que experiência linda, enriquecedora e também desafiante! A alegria das crianças me contagia; logo que cheguei, no momento do intervalo elas vinham sentar perto de mim para me ensinar algumas palavras em Changana (língua local) e, quando eu não conseguia pronunciar, as crianças riam e insistiam para eu tentar novamente; os pequenos foram meus educadores, não apenas no ensino do idioma, mas dos costumes, a me contentar com pouco e a fazer festa com aquilo que se tem. Gosto muito de conversar com eles e escutar suas histórias, a luta das famílias para sobreviver, para ganhar o pão de cada dia, e muitos não conseguem nem mesmo o pão. Agradeço pela oportunidade de estar nesta missão! Mesmo sendo um outro mundo em todos os sentidos, amo estar aqui!”
A vida religiosa é um campo aberto para missão. Sinta-se convidado e convidada a conhecer um pouco mais sobre essa vocação específica e a cumprir o apelo missionário do próprio Cristo, por meio de um “Sim” generoso.

